segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CANTIGA DA SAUDADE

Quando lembro da saudade no meu peito
passo vontade do teu cheiro.
Queria mais dos teus dias
mas não posso e nem me queixo.

Não falo nada por não poder
parar a tua lagrima e nem sanar o meu querer.
Quem vê pensa que a saudade é doença
que maltrata o cidadão que não pode se defender.

Se a saudade desse fruto
seria tão grande quanto a lima
cheia de carência dessa menina.
Se fosse de rio a corrente
como a água valente para desaguar 
em uma terra sem semente.

O homem com saudade vive bem,
bem triste, amuado e carente.
Na mão direita o copo de cana ardente
mas sem dose que aguente
a vontade de chorar que vem na mente.

Não tem arma que mate a saudade
nem faca que corte essa maldade.
Sobra apenas a vontade
de falar do amor e da paixão sem caridade.

Ave minha mãe da-me coragem de dizer
o quão grande é a mocidade
que patina, engatinha sem tremer
da gana que tenho de você.

Queria pedir o quanto antes
para esse passarinho encantador
leva essa cantiga com amor.
Na sua melodia refinada
de sonoridade adocicada
cuida da minha mensagem e do meu amor.

Venha cedo no outro dia me cantar
a resposta do meu recado de amor.
Mas de longe o que vem 
é o papel veis dobrado
entre linhas anotado
com as palavras do canário
que voou e não voltou.

Se tivesse ideia de onde vai nessa hora
pegava teu braço sem fazer queixa
segurava teu corpo quente sem dar deixa
e da tua boca tirava um beijo
como mel de arapuá
bebia teu doce amar
até Nosso Senhor o dia acabar.

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